Não há nada que resolva mais
o carácter, do que lidar com as
perdas para enxergarmos a mudança
que isso nos traz.
Quando se perde um filho, um casamento,
um emprego, um familiar, a nossa reputação,
as finanças,etc.
Ficamos apenas com duas saídas:
Aceitamos ou somos destruídos;
Ficamos cabisbaixos ou lutamos.
O que outrora era, deixa de o ser,
ficamos ali perdidos, cabisbaixos
entre o passado que conhecemos
e teimamos em lembrar, e o futuro
que desconhecemos e não queremos aceitar.
Sem uma bússola a indicar-nos o norte,
quando nos deparamos com o desconhecido,
somos esmagados por pensamentos, que nos
assaltam a todo o instante.
A percepção diz-nos que se crermos,
e formos diligentes neste processo
de cura podemos transformar
todo o final num novo começo.
Em todo o trajecto, que percorremos
no meio da dor, da confusão que vivemos
pela falta do que perdemos, temos algo
a fazer, entre o que queremos deixar
para traz e aquilo que corremos a abraçar.
A perda, deixa o coração destroçado,
a angústia extravasa, precisamos senti-la
para nos libertar-mos.
Palavras proibidas são:
Não te devias sentir assim,
onde está a tua fé?
Essas palavras endurecem o coração.
O conselho não deve ser demasiado
religioso. Ele está desfasado da realidade,
pois não vem de Deus.
Ele não nos pede jamais que sejamos hiper
ou super espirituais que simplesmente
negamos a nossa dor e finjamos que não
estamos a sofrer.
Ele dá-nos o tempo suficiente, para
extravasarmos a nossa dor, quer quando
gritamos soluçamos, gememos ou choramos.
Precisamos de tempo para nos recompor
para que possamos gerir, sentir e lidar
com a dor da ou das perdas...
As lágrimas fazem parte do processo da cura
precisamos aprender a libertar-nos da dor,
crescer com ela e depois dar-lhe asas
para voar rumo à aceitação,
libertando-nos.
Alice Barros
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